segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Você pega ou deixa pro santo?


terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

As falácias de João 3:16: "deus amou o mundo de tal maneira..."

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigenito  para todo aquele que nele crê não pereça mais tenha vida aterna" (João 3:16)

Se deus fez o que fez com o próprio filho (o deixou sofrer e morrer), imagina com a gente!

Se deus realmente amasse o mundo, não teria destruído cidades, promovido o dilúvio e nem mandaria pro inferno quem discorda dele.

Se todos nós também somos filhos de deus, então Jesus foi só mais um filho.

A bíblia nos confunde, hora dizendo que Jesus é filho de deus e hora dizendo que Jesus é o próprio deus.


E vida eterna é papo de vampiro, de adolescente que assiste Crepúsculo.

E o que tem pra se fazer no céu pela eternidade? Deve ser tão monótono.

E quem não crê vai perecer (morrer de vez) ou vai pro inferno pela eternidade? A bíblia também se confunde nisso...

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O sexismo do padre Paulo Ricardo @padre_paulo



O que esse padre Paulo Ricardo fala é uma afronta à mulher, não digo nem às feministas só não. É a todas as mulheres mesmo.

Ele se baseia em uma "pesquisa" de um gringo que diz ter relação entre as novelas da Globo (só as da Globo) com a libertinagem das mulheres. Mulheres que se divorciam, que são adúlteras (como se só elas fossem e os homens, não), que não querem ter filhos (como se fossem obrigadas a ter). E ele justifica que são só as da Globo porque elas são as mais vistas (a culpa é de quem vê, não da novela em si).

Para este senhor, a única razão da mulher existir é casar e procriar. E as que não querem casar e ter filhos? E as infelizes em seus casamentos, não podem ter outra chance de serem felizes em outro casamento?

Além do mais, em nenhum desses países passa novela da Globo (matéria aqui)

Em 2011 o Brasil bateu recordes no número de casamentos (matéria aqui)

E olha que nem estou entrando no mérito religioso, apesar de saber que a bíblia é cheia de versículos machistas (veja os versículos aqui).

Padre podia tanto casar...

Se você não acredita em deus, por que não sai por ai fazendo coisas erradas?

Crentes geralmente acreditam que agir da forma certa e com temor a deus são coisas intimamente ligadas. Não são!
Ateus e religiões não cristãs são demonizadas, as pessoas têm medo das religiões afro, por exemplo. Não é incomum nossos avós nos pedirem pra ficar longe de amigos "macumbeiros".

Existem, é claro, os casos mais absurdos e estupidificastes, mas em linhas gerais a religião sempre anda mais próxima do medo, preconceito e das promessas de paraíso do que de praticar bem (não que praticar o bem não seja abordado, mas tem menor impacto).

Não creio muito na ideia do "aqui se faz, aqui se paga", pois não existe qualquer força natural reguladora para isto. Este conceito é um conceito humano de justiça, por isto muitas vezes na vida em sociedade acaba ocorrendo...E posso citar inúmeros casos em que ele não ocorreu. Monarquias europeias massacraram seus povos e nada de mal lhes aconteceu (exceto durante a Revolução Francesa). Aqui no Brasil, por exemplo, os Sarney e os Maluf vão muito bem, obrigado.

Acredito no caos, pura e simplesmente. A melhor definição para o que eu acredito é o niilismo, ou seja, as coisas não têm um sentido sublime, somos meras obras do acaso vagando por aí.

E, diante disto, reverbero a pergunta dos crentes: Por que eu não saio por aí fazendo coisas erradas? Porque eu não ganho nada com isto, porque, como ser humano, sou geneticamente evoluído para viver em sociedade, carrego nos meus genes a empatia e a colaboração. Meus (nossos) antepassados foram contemplados na seleção natural pela capacidade de dividir o pão hoje com quem nada tem a nos dar, sendo recompensados em outro momento. Carregamos em nossos genes a noção de justiça e dependência mútua em prol da sobrevivência. Ou seja, não acredito num certo e errado absolutos, mas acredito na noção de certo e de errado humana, concebida biologicamente, pela qual faz sentido que a maioria esmagadora da população opte na maioria das vezes pelo certo, sob pena da extinção das sociedades que não ajam assim.

Eu não saio por ai fazendo coisas erradas porque sou ser humano e o ser humano, ao contrário do que prega a religião, é essencialmente bom.

Problemas com a lógica cristã:
- Se o homem é essencialmente bom, mas faz o mal porque é influenciado pelo cão e se deus é onipotente, por que então deus não dá logo um jeito no capiroto?
- Qual o sentido de sacrificar seu filho na cruz para salvar o mundo? Pensando logicamente, pra que serve isto?
- Quais as opções que as crianças que nascem em regiões devastadas pela fome, doenças e guerras têm? Elas não têm direito ao livre arbítrio?

Ja minha visão de mundo não tem nada de logosofia, talvez valha a pena ler um pouco sobre Nietzsche e a teoria da regressão infinita.

Em primeiro lugar, acredito que o conceito de certo e de errado é muito relativo e intimamente atrelado a condição humana, o que significa dizer que: Não é que nós somos geneticamente programados para fazer o bem, mas que nós chamamos de "bem" aquilo que somos geneticamente programados (através da evolução, não de um programador divino) para fazer.

Penso no caso da aranha viúva negra, ela mata o macho para dar de alimento aos seus filhotes. Se uma mulher fizesse isto seria uma barbárie, mas na natureza não existe certo ou errado, existe a luta pelo sobrevivência. Se a viúva negra pudesse pensar, ficaria horrorizada de ver que as mulheres humanas deixam as cabeças dos seus maridos em seus respectivos lugares e preferem que suas crias mamem de seu próprio leite. Vê como a moral humana não é um conceito universal?

Em segundo lugar, dados os instintos primitivos que nos levam a não matar, a respeitar uma certa ordem social (existem estudos que mostram entre primatas a condenação, exclusão do bando, dos membros que roubam a comida do outro, por exemplo), ter empatia por nossos semelhantes e amor por nossos descendentes, aplicamos a estes instintos nosso raciocínio lógico. Ou seja, somos capazes de derivar de uma meia dúzia de inclinações biológicas todo um conjunto de conceitos e normas morais que variam de sociedade para sociedade e que, ainda assim, cada sociedade acredita que a sua moral é a certa, divina e universal.

Na introdução de sua obra mais importante, Descartes diz uma coisa que acho o máximo: "Bom senso é algo tão abundante no mundo, que cada um tem o seu, todos diferentes e todos presumidamente corretos" (não com estas palavras exatamente).

Então, se eu tenho 20 filhos e tenho poder suficiente para salvar todos, eu faria. Nem que me custasse a vida. Mas assim, eu deixaria meu filho sofrer para aprender algo sim, isto depois de aparecer pessoalmente e falar com ele as regras, não ficaria brincando de esconde-esconde, passando regras confusas e conflitantes (pense no monte de religiões que existem) por meio de um telefone-sem-fio em que é impossível detectar quem está com a razão (seria uma tribo da Polinésia da Porta dos Fundos? Rs). Isso sem falar que mesmo entre os cristãos, há várias interpretações diferentes para o mesmo livro.

Com relação a nao entendermos a vontade divina, este me parece um eterno argumento de fuga. Quando as coisas estão dentro daquilo que achamos legal, glorificamos deus. Quando as coisas contradizem nosso bom senso, dizemos que isto pertence a inescrutável vontade divina (leia Caim do Saramago, trata do tema de forma brilhante). Isso sem falar nos que associam isso ao "inimigo" a ser vencido.

Enfim, é uma discussão sem fim. Ateus e religiosos não falam a mesma língua. Os religiosos partem da fé e buscam encontrar os sinais que justificariam sua fé, ignorando os fatos contraditórios sobre a justificativa de que a vontade de deus está acima da nossa compreensão. Já os céticos partem das suas observações (por meios empíricos e científicos) para juntar pecinhas e chegar em conclusões.

Céticos nunca assumem verdades como absolutas, pois estão cientes de suas limitações humanas e sabem que sempre vão faltar pecinhas. Religiosos nunca vão admitir revisar suas verdades, pois partem de dogmas e, diante de uma contra-prova empírica, estão prontos para duvidar dos seus sentidos em prol de sua fé....

Mais um excelente texto chupinhado do Gustavo Marotta no Facebook.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Sobre as tensões entre maiorias e minorias

Texto retirado da revista Veja, não me lembro qual edição. Só quem que foi em 8 de abril de 2013. Tive que concordar:


"Para encarar esses assuntos (manifestações) com serenidade, é bom ter em mente que quem amplia as fronteiras sociaissão as vangaurdas comportamentais, invariavelmente formadas por minorias.
Quem mantém a coesão da sociedade são as maiorias, conservadoras por definição.
Por isso, as relações entre os dois grupos de pessoas, mesmo quando não há conflito aberto ou interferência, são sempre tensas.
Se a vanguarda minoritária não força a barra, as relações sociais ficam congeladas no tempo.
Sem alguma resistência da maioria, as mudanças de comportamento nunca se legitimam.
Mantida no plano civilizado, portanto, essa tensão é não apenas natural, mas necessária e positiva."